quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Toddy e Tédio

Escrevo em nome do assassinato do Tédio.
Não há muitas opções do que fazer a essa hora (00:59 mais precisamente). E eu estou sem sono. Pois é, nada que um remedinho não resolvesse, mas não sou pró-remédios pra dormir. Não gosto de remédio. De nenhum tipo, gênero, classe ou finalidade.
Mas sabe, escrever faz com que o tempo passe mais rápido. Não sei se isso servirá especificamente para hoje, mas normalmente dá certo.
Normalmente não é sempre, terei isso em mente. Vamos vivenciar as possibilidades...
Os dias passam devagar quando eu quero que eles corram. E quando quero que o tempo pare, aí sim ele voa. Por que isso acontece?
Mas chega de discutir as condições do Tempo.
Por que o céu é azul? Por que quando eu preciso de criatividade ela não aparece?
Isso é uma coisa cruel: ter de ficar sozinha com a Realidade. Me faz mal, me desgasta ter de ficar olhando para alguma coisa e não conseguir observa-la.
Fico apreciando o silêncio das paredes brancas. Com minha cabeça no branco.
Aquela velha história do som constrangedor do silêncio. Assim nasce o Tédio!
Na verdade, eu acho que o Tédio surge quando fico sozinha na companhia de mim mesma por um longo período de tempo. Fico completamente previsível nesse relacionamento. Aí fica chato. E fico então tão entediada porque já esgotei todas as possibilidades de me agradar.
Eu deveria ter comprado um livro. Pelo menos me distrairia um pouco...
Gosto muito de ler. Quer me ver feliz é me dar um livro de presente. Mas livro bom, por favor! Tenha misericórdia!
Olha, até bolei um versinho:

"Rosas são vermelhas,
Violetas são azuis,
O açúcar é doce
E isso aqui não vai rimar..."

E agora estou cantando uma música que eu gosto. Canto mal. Mas tô sozinha.
Estou com vergonha de mim mesma de tentar me animar de um jeito tão imbecil...
Por que eu tenho que me prestar a isso?
Não é que eu não tenha nada para fazer, eu tenho é muita coisa pra fazer. Todavia, não estou afim de executar nenhuma delas. Sim, sou discípula do pecado da protelação.
E preguiçosa ao extremo com coisas que não me agradam. Essa regra vale para pessoas também.
Quanto menos se faz, menos se quer fazer. E assim infinitamente.
Começou a chover.
Continuo a me perguntar o porquê das coisas.
Quanto mais eu tento encontrar as respostas proporcionalmente mais me enrolo nas perguntas. Quanto mais chafurdo nas respostas, mais me enlameio nas perguntas.
Péssima. Ponto.
Só sei que nada sei.
Sei de uma coisa interessante e quero compartilhar. As pessoas adoram dar pitaco na sua vida. Numa mistura de alerta e intimidação. Não na mesma proporção, obviamente. E elas gostam de dar opiniões principalmente quando você não as pede.
Quase uma lei da Física isso!
Não sei nada de Física, melhor ficar quieta... Não sei nada de Física, nunca saberei nada de Física, a parte isso tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Tenho muitos sonhos. Grande parte deles de grande dificuldade de realização, mas eu não deixo de acreditar não.
Esse é o problema. Eu absolutamente não consigo perder a esperança. Já tentei muitas vezes. Mas não consigo. Ela fica agarrada em mim. Fico sofrendo com a Ilusão.
Tenho até esperança de o Tédio acabar um dia nesse planeta e todos sermos felizes infinitamente com muitas coisas deleitosas e cheias de cor. Um mundo em que o tempo passe num devido equilíbrio... E que não se sofra de insônia. Nem de ansiedade. Nem de preguiça.
Ainda estou sem sono.
Desculpe se te entediei. Vou tentar me redimir!
Já que estamos falando de deleite, vá tomar um Toddy.
Tu-rum-tss!
Não, não é um trocadilho. Ai, por favor, eu sou melhor que isso!
Mas ficou engraçadinho, admita. Dei até uma risadinha com a coincidência...
Mas olha, dizem que Toddy faz passar o Tédio. Cura.
Mas não posso confirmar a informação.
Não gosto de Toddy.

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