Gente que reclama do calor.
Gente que reclama de gente que reclama do calor.
Gente que reclama de gente que reclama de gente que reclama do calor.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
Sampa II
Na verdade, nada aconteceu no meu coração quando cruzou a Ipiranga e a avenida São João.
Meu coração já entendia tudo quando eu cheguei aqui. Acho realmente bela sua poesia concreta, e as tuas meninas são elegantes sim!
Vejo meu rosto perfeitamente, frente a frente, pois sou mutante. Não acho nada disso mal gosto, pelo contrário, Narciso aqui acha extremamente belo a grandeza daquilo que não é espelho.
Foi um fácil começo, aproximei-me de tudo aquilo que não conhecia e hoje conheço. Era meu sonho de cidade, minha feliz cidade, minha feliz realidade.
Mas, nada disso importa. O que realmente me preocupa é nada, absolutamente nada aconteceu no meu coração quando cruzou a Ipiranga e a avenida São João... Isso é mau sinal. Significa que me deixei levar pela frieza de tua garoa.
Tornei-me mais uma, apenas mais uma dentre os outros. Fui oprimida. Tornei-me mais uma dos seus, Sampa, que nada acontece mais no coração, que não tem mais coração, daquela pior estirpe que sempre está com pressa e buzina.
Sinto que não tenho mais paciência. Nem o calor e a quentura que emana de suas ruas contidas de concreto me aquecem. Nada mais aquece meu coração. Não consigo mais chorar nem ter piedade. Passo pelas pessoas jogadas nas esquinas e apenas ignoro-as. Tem coisa pior do que ignorar? Tem?
Você me obrigou a ser autossuficiente. Você me obrigou a ser solitária.
Passeio solitária por sua garoa e isso não me incomoda. Nada mais acontece em meu coração.
Meu coração já entendia tudo quando eu cheguei aqui. Acho realmente bela sua poesia concreta, e as tuas meninas são elegantes sim!
Vejo meu rosto perfeitamente, frente a frente, pois sou mutante. Não acho nada disso mal gosto, pelo contrário, Narciso aqui acha extremamente belo a grandeza daquilo que não é espelho.
Foi um fácil começo, aproximei-me de tudo aquilo que não conhecia e hoje conheço. Era meu sonho de cidade, minha feliz cidade, minha feliz realidade.
Mas, nada disso importa. O que realmente me preocupa é nada, absolutamente nada aconteceu no meu coração quando cruzou a Ipiranga e a avenida São João... Isso é mau sinal. Significa que me deixei levar pela frieza de tua garoa.
Tornei-me mais uma, apenas mais uma dentre os outros. Fui oprimida. Tornei-me mais uma dos seus, Sampa, que nada acontece mais no coração, que não tem mais coração, daquela pior estirpe que sempre está com pressa e buzina.
Sinto que não tenho mais paciência. Nem o calor e a quentura que emana de suas ruas contidas de concreto me aquecem. Nada mais aquece meu coração. Não consigo mais chorar nem ter piedade. Passo pelas pessoas jogadas nas esquinas e apenas ignoro-as. Tem coisa pior do que ignorar? Tem?
Você me obrigou a ser autossuficiente. Você me obrigou a ser solitária.
Passeio solitária por sua garoa e isso não me incomoda. Nada mais acontece em meu coração.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Fim de Setembro, começo de Outubro.
Confins de Setembro. Começo de Outubro.
Um pouco mais a frente, mais da metade já se foi, mas não por completo. Ainda não é nosso fim.
Nunca em minha vida pude sentir esse "clima de romance" da primavera. As manhãs são tão frias. E as tardes quentes.
De qualquer forma, sempre levo comigo um casaco. Um abrigo. Às vezes chove.
Já estamos todos cansados, já pendendo para o desânimo. Um pouco entediados com a programação da tevê, confessemos, porém não nos damos ainda o direito de perder a coragem por completo. Não nos cabe esse dever ainda...
Em alguns casos ainda há um resquício de esperança.
No espírito, as memórias, moldadas pela nossa subjetividade, pelo orgulho, pelo medo e pela vergonha, as lembranças dos meses passados. No olhar, a expectativa de um futuro que fingimos ser certo, mas, na realidade, é extremamente incerto. Nem bom, nem mau. Planos para o presente de Natal, talvez.
Ficamos neutros. Ficamos estagnados.
Há insegurança em dar um passo para frente. Há pavor em tentar dar um passo para trás. Assim fica difícil de se ver as flores, essas tais flores...
Precisa chover, para limpar o mundo, nos limpar, por dentro e por fora.
Um pouco mais a frente, mais da metade já se foi, mas não por completo. Ainda não é nosso fim.
Nunca em minha vida pude sentir esse "clima de romance" da primavera. As manhãs são tão frias. E as tardes quentes.
De qualquer forma, sempre levo comigo um casaco. Um abrigo. Às vezes chove.
Já estamos todos cansados, já pendendo para o desânimo. Um pouco entediados com a programação da tevê, confessemos, porém não nos damos ainda o direito de perder a coragem por completo. Não nos cabe esse dever ainda...
Em alguns casos ainda há um resquício de esperança.
No espírito, as memórias, moldadas pela nossa subjetividade, pelo orgulho, pelo medo e pela vergonha, as lembranças dos meses passados. No olhar, a expectativa de um futuro que fingimos ser certo, mas, na realidade, é extremamente incerto. Nem bom, nem mau. Planos para o presente de Natal, talvez.
Ficamos neutros. Ficamos estagnados.
Há insegurança em dar um passo para frente. Há pavor em tentar dar um passo para trás. Assim fica difícil de se ver as flores, essas tais flores...
Precisa chover, para limpar o mundo, nos limpar, por dentro e por fora.
Assinar:
Postagens (Atom)