Meus olhos bebem
Cada gota do papel.
Sinto em cada estrela
Do meu céu da boca
O sabor acridoce das letras.
Sua força
Queima minha garganta
A cada sílaba
Que pulsa embriagada de paixão em meu coração,
Logo levadas pela artéria já corroída,
Pela respiração
Intoxicada de poesia.
Abraçam-me o cérebro,
Onde encontram-se para bailar
Ao rítmo dramático do tango
Surdo.
Entorpecem-me, enlouquecem-me,
Incendeiam-me!
Tiram-me os pudores,
Às vezes me fazem chorar...
Embriagadas,
Palavras dionisíacas,
Baixam o nível trançando as pernas
Pelos meus braços
E excitam-me,
E escorrem por meus dedos
Como vinho espumante espalhado
De uma taça espatifada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário