E então ele olhou profundamente em seus olhos, segurou sua pequena mão e disse:
-Eu te amo.
Ela ficou estupefata. Ensaiou palavras em sua boca, mas nenhuma parecia servir. Sentiu seu estômago enjoar. Torceu o rosto assustada:
-Err...Hum, obrigada.
-----
O telefone tremia em suas mãos. Ela estava demorando demais para atender. Aquele som parecia uma eternidade. Sentou-se no parapeito da janela sentindo o vento no rosto. Olhou para baixo e viu as pessoas miúdas caminhando calmamente lá embaixo.
Ele já estava decidido.
-Atenda. Por favor.
As primeiras lágrimas escorreram por seu rosto.
-Alô?!
-POR FAVOR, MEU BEM! NÃO FAÇA ISSO COMIGO! NÃO ME DEIXE DESAMPARADO NESSE MUNDO!POR FAVOR! VOLTE PARA MIM! VOLTE! EU TE IMPLORO, VOL...!
-Quem tá falando?
-Sou eu, minha querida! Sou eu! Eu vou me jogar da janela se você não voltar para mim! Eu vou me matar! Vou! Não posso viver sem você, Carmem!
-Perdão, mas... Aqui não mora nenhuma Carmem. Eu moro sozinho. Aqui não tem ninguém com esse nome.
-Ahn... Desculpa, foi engano.
-----
-Hoje já te disse que eu te amo?
-Não... Ainda não...
Seus olhinhos brilharam na esperança.
- Ah, tá. Só pra confirmar.
-----
Ela veio em sua direção. Levantou a blusa.
-Amor, você acha que eu estou gorda?
Ele a olhou. Analisou. Raciocinou. Fez alguns cálculos mentais.
-Sim. Está.
-----
Ela tentava segurar o choro. Era difícil suportar o fim.
-... mas é só por isso que eu acho melhor nós terminarmos. - ele disse - O problema é com você, não comigo. Mas nós ainda podemos continuar a ser amigos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário