Ando me evitando. Se me encontro na rua, atravesso-a e desvio de mim. Não mais me cumprimento.
Estou um pouco temerosa em me encontrar. Pode-se dizer que estou bem. Estou calma. Estou em paz, eu acho... Ainda tenho medo.
Evito emoções fortes. Dúvidas, crises... Tenho evitado de me pôr à prova. Estou sem aquele certo prazer de arriscar, de me colocar no mais alto limite. No ápice. Ou no fundo do poço.
Tenho me contentado com o térreo.
Também estou evitando tocar locais muito profundos de mim. Tenho medo daquela hora perigosa que Clarice sempre fala, em que deparo-me com a realidade nua e crua e nego-a. Acho-a absurda. Digo que ela não me pertence, mesmo estando incrustada em minha pele. Negação doentia. Apego maldito com a doença. Gosto por um vício autodestruidor, doença da alma.
Não quero mais ser vítima daquelas típicas emoções minhas, as fortes e descontroladas, tão tipicamente minhas. Não tenho mais forças para lidar com elas, e até mesmo aproveita-las.
Estou tão cansada...
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