sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Metafísica

Muitas vezes eu me pergunto como seria a vida se eu não existisse.
Passo bastante do meu tempo tentando imaginar essa situação. Gosto de imaginar como as coisas decorreriam sem mim. Como seria se eu não tivesse arrancado aquela flor do pé? O que seria daquela pedrinha que eu chutei se eu não a tivesse chutado? Gosto de pensar em todas as minhas ações e intervenções nas atitudes dos outros. E tudo isso se eu não existisse. Que rumo as coisas teriam tomado? E todo o caos que isso poderia ter sido causado sem a minha existência. Ou até mesmo toda a paz...
Quantos destinos eu mudaria sem a minha exisência?
Se nem uma partícula de mim estivesse aqui, o que seria da Humanidade?
Mas não me refiro apenas ao fato de ter nascido e estar vivendo. Gosto ainda de ir mais profundamente. O que seria do Universo sem a energia que me move?
Então questiono-me: serei eu essencial?
Como se comportariam as pessoas que me rodeiam se eu não as rodeasse?
Há um certo estalo em mim toda vez que tento entender o porquê de eu existir.
Haverá um momento marcado na minha vida em que eu, sendo marcada, vou marcar o destino de alguém? Quem?
E se eu não existisse?
Isso me mostra o quanto estamos interligados. Um ato meu afetaria um. E a consequência desse ato para esse um afetaria ele e outro. E esse outro afetaria ainda um outro por conta do que eu fiz.
Se eu não existisse nada disso aconteceria. Seja lá o que isso for...
Não é possível ser inconsequente.
O que quer que eu faça, direta ou indiretamente mudará o Destino.
O que quer que alguém faça mudará meu destino.
Não existe liberdade. Existem sim, escolhas. Liberdade de escolhas.
A pedra que rolou. A flor que eu roubei.
No fim, não consigo imaginar como tudo agiria se eu não estivesse aqui. Nada teria acontecido. As coisas tomariam outro rumo naturalmente e ponto. Certamente que seriam plenamente diferentes, mas estariam perfeitamente alinhadas de acordo com sua necessidade.
É interessante imaginar a inexistência existindo. Cria-se um vácuo. Um medo.
O Medo é a Inexistência. Eu tenho medo de deixar de existir. Tenho mesmo.
E então finalmente compreendo que o problema não é a inexistência. Não são os caminhos que poderiam ser tomados.
Mas sim os que estão sendo tomados.
Pensar é um ato, existir é um fato. Penso e logo existo.
O problema é esse então. Existir.
Existir é uma coisa muito séria.

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