domingo, 25 de março de 2012

Instinto

Sim, pois no fundo, bem no fundinho, eu tenho certeza que quando eu sinto medo, há ainda uma dose de admiração por ele.
É um assombro de respeito.
Eu realmente respeito e admiro àquilo que temo. Quase há um despertar de afeição. Porque esta perturbação resultante da ideia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa, faz com que eu a respeite por ela conseguir derrubar as barreiras da minha coragem e ousadia.
Não gosto de tomar susto. O medo faz com que eu me mexa e evite.
Isso mostra o quando o que eu temo é maior que eu. É mais poderoso que eu. Derruba o que eu acredito, coisa que ninguém consegue fazer!
Tem mais artimanhas para me atingir do que eu. Sinto quase uma certa inveja...
Tremo. Arrepio. Como será que ele consegue? Me faz sofrer, me faz machucar.
Admiro àquilo que me apreende. Simplesmente porque ele consegue me tirar do eixo, da minha zona de conforto. Faz com que eu me mova, que eu corra, que eu grite. Faz, simplesmente, com que eu tenha medo.
No fundo, eu admiro aquilo que temo.

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