Estou no meio.
No meio de uma mudança.
Eu já devia de ser forte, mas ainda sinto-me frágil como uma criança.
O incômodo infindável de não conseguir se acostumar com o que trás uma transformação não planejada. Paradoxalmente como uma velha apegada.
Estou no meio.
Eu não sei lidar, não sei ao certo como jogar.
Sinto tanta culpa e ao mesmo tempo feita de tolo.
Perdi o controle.
Eu não sei nem ser firme, nem ser frágil. Nem ser esperta, nem inocente.
Estou no meio.
O meio é o olho do furacão.
Deve-se ser a mudança que se quer ver.
Não sei ser o que realmente devo ser.
Se é que devo de ser...
Estou no meio.
A mudança inesperada é o princípio da dúvida.
Que devo eu fazer com o destino novo em minhas mãos?
Tenho apenas duas
E todo o medo do mundo....
Estou no meio.
Olho o passado tentando buscar respostas para o presente.
Tento olhar o futuro para buscar esperanças para o presente.
Mas nada consigo enxergar na bagunça das caixas e de tudo o que mais amo empacotado
Pois não quero deixar nada que estimo para trás.
Estou no meio.
Fica a saudade.
Um apego confortável a realidade.
Se até as estações mudam,
Como eu não consigo mudar?
Estou no meio.
Se tudo é novo
Como vou saber em que devo confiar?
Deus? Mãe? Freud?
Drogas psicotrópicas para amortecer e acalmar?
Estou no meio.
A trajetória até o fim da mudança
É confusa e sofrida.
Devo libertar quase tudo que acredito
Para resignar-me ao que o orgulho não me deixa ver.
Estou no meio.
Nada permanece, exceto a mudança.
Tudo muda nesse mundo.
Mudança é progresso
E o inteligente é aquele que sabe adaptar-se a elas.
Estou no meio.
Temem que as coisas nunca mudem.
Eu confesso que temo a mudança.
Tudo mudou.
Menos eu, que não consigo fazê-lo.
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