terça-feira, 11 de setembro de 2012

O último poema

Que seja meu último desejo, então, meu último poema.
Meu único desejo é viver e morrer de Poesia.
Que Ela me perdoe se, tantas vezes, não pude encontrar as palavras certas
Para exemplificar uma sensação,
Mas, que Ela saiba:
Eu sinto em Poesia.
Sim, eu A sinto
Pois minha alma imortal
É passível dos caprichos do tempo
E minha alma imoral
Ainda é sofrível pelos meus pecados.
Questiono-me
No silêncio,
Lá onde nasce a Poesia,
Na minha escuridão,
Como pude ser tão profana e tão sagrada,
Nesse perfeito equilíbrio,
Para me tornar poeta?
O que faz de mim poeta?
Dessa vida, nada sei...
Só compreendo que fui poeta.
Entre os meus momentos de desespero
E os de resignação,
Confesso apenas que só soube fazer poesia...
Confesso apenas que vivi.
Transformei o Inferno em Paraíso por um poema.
Não temo o Paraíso, não temo o Inferno,
Já os vivi nessa vida dentro de mim.
Fui apenas mais uma nessa vida.
Nunca escrevi soneto,
Nunca soube rimar direito.
Fui Dioníso e Apolo ao mesmo tempo.
Não fui como qualquer um,
Mas fui poeta.
Nada senti como qualquer um,
Por isso,
sou poeta.
Por isso,
Nesse meu último poema,
Não quero lágrimas,
Nem de alegria, nem de tristeza.
Não se entristeça por esse ser o último poema do poeta.
Já chorei o que pude por Poesia. Amei, odiei.
Eu fiz de tudo poesia...
Quero apenas que você saiba
Entretanto,
E em nenhuma vida,
E em nenhum verso,
Eu vivi em vão.
Pois houve paixão em cada um deles.
Paixão pela vida,
Por suas belezas,
Por seus terrores,
Eu nunca vi de forma comum suas cores.
Vejo a leveza da morte
junto a força da vida.
E quanto são lindas.

Pois eu sou poeta.

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